sexta-feira

O jovem e a flor...

 

Alguém morre de amor?
Acho que não, ainda mais quando você percebe que essa pessoa não merece que se morra por ela.
Mas espera aí! Não é bem assim que funciona. Enquanto não se acha o chão que se pisa é completamente complicado ter direção.

Eu li em algum lugar que na época literária do romantismo, muitos achavam que se morria de amor, mas na verdade haviam doenças desconhecidas, como depressão e tuberculose que eram conhecidas como doença do amor. Não se tinha recursos e medicamentos para ambos como os dias de hoje...

Sempre tenho perguntas sem respostas e quando muito, respostas pouco convincente...Freud teria respostas? Talvez mandasse dar um foda-se a psicanálise, ser menos egoísta e ser mais atenta...Cuidar com mais carinho do meu umbigo... Valorizar, por conseguinte minha existência e meu amor próprio.

Mas e a flor? Que flor?

Um dia um jovem rapaz resolveu cuidar de uma única flor de um jardim.. Tinha uma bela cor e exalava o melhor perfume.. Colocou-a em um jarro deixando-a bem próxima, de modo que ele pudesse sempre apreciá-la ao dormir, ao acordar...
Ela o inspirava... Com ela conversava... Elogiava... Sua dedicação era única.. Cada dia sua flor mais bela ficava.. Enfim, aquele jovem a amava..

Até que um dia ele caminhando por outros jardins, descobriu outras flores, com perfumes e cores diferentes.. Já não havia aquele deslumbre exclusivo.. Algumas vezes esquecia-se de colocá-la à luz do sol.. Dar-lhe o trato necessário para que ela continuasse viver, até de olhá-la.. Sua incúria era total..


A flor começou a murchar... Perdeu a cor. Não exalava mais o mesmo perfume. Não tinha mais o mesmo valor.. Seus espinhos protetores foram ressecando.. Ela feneceu...


Uma analogia descabida? O que falta nas pessoas é profundidade...
Ivanir Paes




"Tudo que escreveo é tudo que sinto, tudo que sinto é tudo que vivo...Se vivo é porque vim de um outro ser vivo"
Ivanir Paes