domingo

Aos flanelinhas, pedintes malabares de semáforos e afins...


Vira, vem... Vem mais... Um pouco pra direita, vira tudo... Desfaz, vem reto agora. Beleza! Valeu tia, “doutô” “queridão” “sangue bão”.  Deixa solto! (Detesto quando passo por isso. Eles se acham bem úteis, gesticulando como loucos, atrapalhando mais que ajudando em um modo irritante, contagiante que lhes é peculiar).
E outra: Tia é o cacete!

Eu particularmente não acredito que alguém acredite que eles de fato tomam conta de algum carro. É incrível quando a gente vai saíndo, seja qual for a distância que nos separe os caras aparecem imediatamente como carrapatos cheios de intimidades (como discorrido acima). Eles estipulam o valor do “serviço”. Não podemos decidir o valor que temos ou queremos pagar. Sem contar que muitas vezes nem deveríamos pagar. Imagine você indo em uns 3 lugares relativamente próximos em ruas que simplesmente a máfia dos ditos resolveram “dominar”.  (Tudo dominado. É nóis na fita, mermão).

Além das mamães deles, será que existe alguém nesse mundo que não se sinta ludibriado, assaltado, irritado, enganado, amedrontado, extorquido por esses flanelas?

Enfim, outra situação que me incomoda demasiadamente são os limpadores de para-brisa, nem perguntam já vem sem te dar o direito de aceitar ou não o “serviço” imposto.
Sem contar que não sabemos se virão com um vidro ou uma arma para te assaltar como já aconteceu comigo. Geralmente são mal encarados, grosseiros, com cara de cheirados, alcoolizados, sujos! Sentem-se os donos das ruas, apedrejando, socando o carro, xingando(como também já presenciei), Eles intimidam, encaram quando você se opõe a pagar por algo que não foi solicitado. Pior que isso é aquela água suja de esgoto que jogam! O vidro antes, ainda que sujo era bem mais limpo.

Já sei que vão vir os defensores dos pobres e humildes flanelinhas (alguém que nunca foi vítima deles ou que vive à custa desse “árduo ofício”) dizer que sou bem remunerada, que nunca passei necessidades. Vão dizer que muitos deles estão levando o pão pra casa, o sustento da família (E alguns até acredito que o fazem), que são vítimas do sistema social (... E eu com isso? Também sou vítima quando sou molestada por eles! -Só pra constatar, nunca fui rica e não sou dondoca!), que sou uma insensível. Bla, bla, bla. É muito fácil criticar. Quero ver é passar situações desagradáveis como já passei e defende-los. Se eu pudesse, tivesse poder, sem pena e sem dó tiraria esses zumbis que nos assustam, essas crianças ( muitas vezes exploradas pelos seus responsáveis insanos) das ruas, dos semáforos. Criança precisa brincar, estudar, ter uma infância digna. Adultos trabalhar como cidadãos normais..

Pedir dinheiro é melhor que roubar, (certo?) “Roubar é mais fácil que trabalhar…” (fato?). O Brasil está essa merda porque tem gente que pensa assim pequeno atravancando o progresso do País.

Flanelinhas, pedintes, malabares de semáforos só existem porque alguns ingênuos pensam que fazem o bem dar dinheiro a eles. Querem fazer o bem? Vá para os asilos, creches, hospitais. Ali tem pessoas realmente necessitadas, abandonadas, indefesas e incapazes!
Quem não gostou, leve-os pra casa e foda-se!
Ivanir Paes
"Tudo que escreveo é tudo que sinto, tudo que sinto é tudo que vivo...Se vivo é porque vim de um outro ser vivo"
Ivanir Paes